2010-01-26

Ajuda ao Haiti

Baal Estão criticando o Pres. Lula por ajudar o Haiti. Estão criticando o envio de militares para lá.

A pior que ouvi foi essa: «O Lula está rebaixando o Exército Brasileiro a serviços comunitários».

Rebaixando?! WTF?!

Então qual essa posição dos militares, superior ao auxílio social? Ao supremo labor de salvar vidas?

  • A função dos militares deve ser então os infantis jogos de guerra…
  • Ou talvez a politicagem corrupta.
  • Ah! Talvez seja ficarem marchando de um lado para outro como baratas tontas, enquanto gastam o dinheiro da nação!


Não… lamento, mas não consigo ver trabalho mais importante do que salvar vidas e ajudar a reconstruir um país. É preciso ser moralmente muito miserável para imaginar algo assim.

Parabéns aos militares pelo serviço social e pela coragem!

[]’s
Cacilhas, La Batalema


PS: Minha esposa queria que eu comentasse que tem muito evangélico dizendo que não é pra ajudar o Haiti pois eles tiveram o que merecem por serem adoradores do demónio. Fora citar essa sandice, só posso comentar que alguém pra dizer isso, além de carecer de um mínimo de capacidade cerebral, não merece ser chamado de cristão. Lembrando: Zilda Arns atendia os cristãos lá e também morreu de forma terrível.

2010-01-23

Petrópolis, cidade imperial

vidraça Agora há pouco saí com minha esposa para dar uma caminhada noturna pelas ruas de Petrópolis/RJ, que cheiram a bosta de cavalo.

Essa caminhada me fez constatar um fato que outras pessoas que se mudaram pra essa merda de cidade comentam.

Saí, como é costume meu, de camiseta surrada, bermuda e tênis. Encontrei uma meia dúzia de conhecidos.

Aqueles mais simples – e verdadeiros –, que estavam de bermuda nos botecos tomando cerveja, me cumprimentaram com empolgação – Fala! Salve! Beleza?!. Já o pessoal da nata petropolitana, no Marowil, no Capitólio e na Casa D’Angelo, pessoas que quando estou bem vestido me cumprimentam e já até me pediram emprego, simplesmente viraram a cara, fingiram que não me conheciam. Quando tentava cumprimentar algum que me olhava dentro dos olhos, ele baixava a cabeça com aquele olhar de «pelamordedeus não fala comigo, estou entre pessoas socialmente importantes agora».

É assim o caloroso povo petropolitano em sua maioria: falso, provinciano, interesseiro, egocéntrico e megalomaníaco.

[]’s
Cacilhas, La Batalema

2010-01-21

Etiqueta inteligente

Bonsai Certa vez fui a uma demonstração de sushi, onde o itamaesan Alex Sakatsume ensinava sobre história, preparo e etiqueta do sushi.

Hoje meu amigo L.P. divultou no Twitter uma imagem sobre etiqueta do sushi.

Acho curioso que pessoas que se consideram cultas cometam quase todas as gafes do sushi. Sobre isso ouvi um comentário dizendo que nem o japoneses ligam pra isso.

Depende de que japoneses, não? A graça da etiqueta do sushi é que, ao contrário da etiqueta ocidental, ela é carregada de bom senso, cada detalhe tem um porquê.

Pensando nisso quero comentar alguns:

Hashi ou não hashi?


Imagine um belo e suculento eggcheeseburger… agora se imagine comendo o eggcheeseburger de garfo e faca…

É mais ou menos como comer sushi de hashi.

O sushi foi inventado como um alimento rápido, que não requer talheres. Um petisco, como canapé. O requinte veio mais tarde com a criatividade dos itamaesan.

Aliás, a ideia de envolver o sushi em alga é justamente para não melar os dedos enquanto come.

O que se come com hashi é sashimi, para evitar a contaminação da carne de peixe com bactérias das mãos (ó o bom senso aí!).

Mergulhar no shoyu


Jamais! O molho shoyu é para molhar o peixe que cobre alguns sushi.

Por que não molhar o arroz? Porque o arroz vai chupar molho até não querer mais e seu sushi vai perder totalmente o gosto… aí é melhor beber shoyu logo em vez de desperdicar um delicioso sushi.

Morder o sushi


Vejo muito pouca gente fazer isso. Exceto pelo fato de ser muito feio de ver e desconfortável de fazer, eu não sei por que não se deve morder o sushi.

Deve haver alguma história interessante ou alguma observação inteligente que desconheço.

Gengibre


O gengibre serve para limpar o paladar entre um sushi/sashimi e outro, para que você possa apreciar plenamente o sabor de cada um.

Se você come o gengibre junto com o sushi, mascara o gosto.


**

Fica aqui a dica, não de como comer sushi, mas de como a cultura pode – e deve – estar ligada ao bom senso.

[]’s
Cacilhas, La Batalema

2010-01-20

Aprende a escrever na areia

Seleções de Malba Tahan O seguinte texto foi extraído do livro Mil Histórias sem Fim, ISBN 85-01-02457-0, e é projeto pela Lei de Direitos Autorais, portanto nem sei se poderia reproduzi-lo aqui.

Mas, como ele foi publicado em 1957 e o que faço aqui é praticamente um propaganda do livro (COMPRA! COMPRA! COMPRA!), acho que os detentores dos direitos não devem se incomodar.

Esse trecho é o que considero o melhor conto de Malba Tahan, então segue aqui como um incentivo:

Dois amigos, Mussa e Nagib, viajavam pelas extensas estradas que circulam as tristes e sombrias montanhas da Pérsia. Ambos se faziam acompanhar de seus ajudantes, servos e caravaneiros.

Chegaram, certa manhã, às margens de um grande rio, barrento e impetuoso, em cujo seio a morte espreitava os mais afoitos e temerários.

Era preciso transpor a corrente ameaçadora. Ao saltar, porém, de uma pedra, o jovem Mussa foi infeliz. Falseando-lhe o pé, precipitou-se no torvelinho espumejante das águas em revolta.

Teria ali perecido, arrastado para o abismo, se não fosse Nagib.

Êste, sem um instante de hesitação, atirou-se à correnteza e, lutando furiosamente, conseguiu trazer a salvo o companheiro de jornada.

— Que fêz Mussa?

Chamou, no mesmo instante, os seus mais hábeis servos e ordenou-lhes gravassem na face mais lisa de uma grande pedra, que perto se erguia, esta legenda admirável:

«Viandante! Neste lugar, durante uma jornada, Nagib salvou, heròicamente, seu amigo Mussa».

Isto feito, prosseguiram, com suas caravanas, pelos intérminos caminhos de Allah.

Alguns meses depois, de regresso às terras, novamente se viram forçados a atravessar o mesmo rio, naquele mesmo lugar perigoso e trágico.

E, como se sentissem fatigados, resolveram repousar algumas horas à sombra acolhedora do lajedo que ostentava bem no alto a honrosa inscrição.

Sentados, pois, na areia clara, puseram-se a conversar.

Eis que, por um motivo fútil, surge, de repente, grave desavença entre os dois companheiros.

Discordaram. Discutiram. Nagib, exaltado, num ímpeto de cólera, esbofeteou, brutalmente, o amigo.

Que fez Mussa? Que farias tu, em seu lugar?

Mussa não revidou a ofensa. Ergueu-se e, tomando, tranqüilo, o seu bastão, escreveu na areia clara, ao pé do negro rochedo:

"Viandante! Neste lugar, durante uma jornada, Nagib, por motivo fútil, injuriou, gravemente, o seu amigo Mussa».

Surpreendido com o estranho proceder, um dos ajudantes de Mussa observou respeitoso:

— Senhor! Da primeira vez, para exaltar a abnegação de Nagib, mandaste gravar, para sempre, na pedra, o feito heróico. E agora, que ele acaba de ofender-vos, tão gravemente, vós vos limitais a escrever na areia incerta, o ato de covardia! A primeira legenda, ó cheique, ficará para sempre. Todos os que transitarem por êste sítio dela terão notícia. Esta outra, porém, riscada no tapête de areia, antes do cair da tarde, terá desaparecido, como um traço de espumas entre as ondas buliçosas do mar.

Respondeu Mussa:

— É que o benefício que recebi de Nagib permanecerá, para sempre, em meu coração. Mas a injúria… essa negra injúria… escrevo-a na areia, com um voto, para que, se depressa daqui se apagar e desaparecer, mais depressa, ainda, desapareça e se apague de minha lembrança!
· · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · ·


— Assim é, meu amigo! Aprende a gravar, na pedra, os favores que receberes, os benefícios que te fizerem, as palavras de carinho, simpatia e estimulo que ouvires.

Aprende, porém, a escrever, na areia, as injúrias, as ingratidões, as perfídias e as ironias que te ferirem pela estrada agreste da vida.

Aprende a gravar, assim, na pedra; aprende a escrever, assim, na areia… e serás feliz!


Observação: Caso alguém estranhe, mantive a grafia original.

[]’s
Cacilhas, La Batalema

2010-01-16

Malba Tahan

Malba Tahan Quando eu era criança, lia e relia uma série de livros muito legais, O Pequeno Príncipe, Maximiano Gonçalves e Seleções de Malba Tahan entre outros. Recentemente resolvi reler os livros de minha infância que ainda me restam.

Ali Iezid Izz-Edim Ibn Salim Hank Malba Tahan é heterónimo e alterego de Júlio César de Melo e Sousa, matemático e romancista da primeira metade do século XX.

O Malba Tahan personagem teria nascido na aldeia de Muzalit em 1885, viajado o mundo todo, vivido por anos no Brasil e morrido aos 36 anos lutando pela liberdade da minoria local na Arábia Central. Já o Malba Tahan histórico foi carioca, nasceu em 1895 e faleceu em 1974, tendo dedicado a vida à carreira de professor de Matemática no Colégio Pedro II.

Seus romances são de um clareza incrível, expondo maravilhosamente as belezas da cultura árabe (apesar de Malba Tahan ser brasileiro) e das sutilezas da Matemática. Sua mente aberta, muito além de seu tempo, pode ser considerada atual – ou até progressiva! – mesmo nos dias de hoje.

Seu livro mais conhecido é O Homem que Calculava: aventuras de um singular calculista persa, que relata as aventuras do calculista Beremiz Samir no século XIII. Os trechos que li – não tive o prazer de lê-lo por completo – são de uma leveza e fluidez notáveis e o conto realmente prende a atenção.

Tornei-me adulto amando Matemática e carregando uma grande simpatia pela cultura árabe graças a Malba Tahan.

Portanto deixo a dica de um magnífico escritor brasileiro quase esquecido na atualidade.

[]’s
Cacilhas, La Batalema

2010-01-15

Herança maldita

Olhos Azuis
Hoje no programa do Senado na Voz do Brasil, o Sen. Arthur Virgílio disse que o próximo presidente do Brasil vai receber uma herança maldita e enfrentar um ano de dificuldades.

Para quem não está familiarizado com as sutilezas da conversa mole dos nazistas, ele quis dizer que, se um tucano ou aliado dos tucanos vencer as eleições presidenciais, vai levar pelo menos um ano para destruir tudo o que foi construído em oito anos de governo esquerdista.

Para ajudar os incautos, segue um pegueno glossário de expressões direitistas:

  • Exemplo de moralidade: Antes era José Roberto Arruda, mas como ele deu muito mole, passou a ser Eduardo Azeredo, que, mesmo sendo investigado por corrupção, consegue se manter em posições de poder no Senado e até fazer passar políticas tecnológicas dignas do mui amado Big Brother. Assim talvez ele consiga um cargo de liderança no Minitrue ou quem sabe até no Miniluv!
  • Gestão equilibrado: políticas de governo que beneficiam aristocratas e olhos azuis, reservando ao povo seu merecido lugar como casta sub-humana discretamente escravizada.
  • Herança maldita: obrigação de governar em favor do povo, que já está mal acostumado depois de oito anos de governo esquerdista.
  • Incompetência: termo para referir-se aos indivíduos do povo que não sabem seu lugar e estudam feito loucos para conseguir um diploma; pessoas que só conseguem colocação profissional por esforço próprio, não por mérito hereditário, tirando as vagas dos profissionais competentes.
  • Período de dificuldades: tempo que um governante tucano leva para devolver o poder à aristocracia e vender os bens da nação de volta aos estrangeiros.
  • Profissional competente: sujeito de bom berço, sangue azul, família aristocrata, que completa os estudos sob o tradicional regime P.P.P. (papai pagou, passou), depois adquire um diploma superior graças ao prestígio do papai ou compra um. O profissional competente ingressa no mercado de trabalho graças à retidão profissional.
  • Retidão profissional: nepotismo.


Que tal? Vamos eleger um tucano e regredir todo o crescimento do país?

[]’s
Cacilhas, La Batalema

2010-01-12

P*t@ que pariu, calor da p*rr@, vixe!

Baal Fiz ontem a brincadeira de alterar e retuitar uma URL do G1 e acabou dando nisso:

#putaquepariucalordaporravixe


Já isso é prova cabal da precipitação predominante na Web:

g "puta que pariu calor da porra vixe"


=D
[]’s
Cacilhas, La Batalema


PS¹: Exclusivo: blogueiro precipitado comete erro gravíssimo (O que vocês acham, a credibilidade do blogueiro foi abalada?)

PS²: Acabei de ver (14:06) que, envergonhado, blogueiro precipitado tirou seu artigo do ar. Outro não teve a mesma sorte, já que o Cardoso repoduziu no Contraditorium.

[update]
Últimas provas de que o artigo existiu:

TV entretenimento

Credibilidade em primeiro lugar

Blogueiro burro é uma merda
[/update]

2010-01-09

Ajude a mostrar a PythonBrasil na PyCon 2010

Meu amigo Henrique Bastos publicou hoje um artigo entitulado Ajude a mostrar a PythonBrasil na PyCon 2010.

A proposta é muito legal e já preenchi o formulário para reunir informações sobre a Comunidade Python no Brasil.

Segue uma reprodução do artigo:

Salve Pythonistas!

De 19 a 21 de fevereiro será realizada a PyCon, em Atlanta nos Estados Unidos. Como alguns de vocês já sabem, participarei do evento apresentando a palestra #78 entitulada «Small acts make great revolutions».

Esta apresentação será uma evolução da palestra relâmpago que fiz na PythonBrasil[5] em Caxias do Sul, onde tento difundir os conceitos por trás das iniciativas que vêm movimentando a comunidade no Rio de Janeiro.

No entanto, falar só do que acontece no Rio me parece muito pouco para uma oportunidade dessas. Quero muito aproveitar a PyCon para mostrar o grande desenvolvimento da Comunidade Python no Brasil. Pessoasfantásticas estão fazendo as coisas acontecerem em Terras Brasilis. E a exemplo do que fiz no FISL 10, pretendo continuar na linha de tentar evidenciar que na nossa comunidade, o todo é muito maior do que a soma das partes. Mas para isto, eu preciso da ajuda de vocês.

Para poder falar com propriedade sobre a Comunidade Python no Brasil, precisamos traçar o perfil do nosso grupo. Por isso, preparei um rápido questionário online que ajudará a levantar informações sobre nossa comunidade. Ele está disponível em: http://henriquebastos.wufoo.com/forms/vamos-divulgar-nossa-comunidade-python-na-pycon/

É muito importante que o maior número de pythonistas respondam à pesquisa. Isso vai ajudar muito! Portanto, não economizem nos retweets e espalhem o link da pesquisa por todas as listas de email no Brasil, relacionadas com Python.

Além disso, também estou buscando links para boas fotos em alta resolução, como as tiradas na escadaria da PUC-RS durante o FISL 10 e as fotos «aéreas» da PythonBrasil[4] na UVA etc. Basta publicarem os links para as fotos nos comentários deste post ou me enviar por email.


Obrigado à todos, e vamo que vamo!

[]’s!


Já andei tuitando e divulguei no Kodumaro também. Convido todos então a ler o artigo e preencher o formulário, ajudando assim o Henrique a revelar e expor a Comunidade Python no Brasil ao Mundo!

[]’s
Cacilhas, La Batalema

2010-01-07

Bermuda

Baal Acho simplesmente incrível a importância que as pessoas dão a coisas tão simples e imbecis quanto uma bermuda.

Desde 2003 que uso bermuda em todos os lugares onde tenho trabalhado. Lido com máquinas o dia inteiro e as máquinas não se importam se estou de terno ou bermuda, aliás realmente não sei por que alguém se importaria (além de sentir inveja por estar todo encapotado num calor de rachar).

Quero discutir algumas alegações que ouço/leio sobre por que não se deve usar bermuda.

  • Um homem de bermuda parece desleixado.


Então precisamos avisar isso aos desleixados do Vale do Silício!

De duas uma: ou os desleixados do Vale do Silício deram uma sorte dos infernos e conseguiram com que as tecnologias mais avançadas surgissem do puro acaso, ou essa galera que trabalha de bermuda não é nada desleixada – na verdade muito esforçada – e essa ideia de suposto desleixo provém de invejosos incompetentes.

Só mesmo um jornalzinho provinciano para supor uma sandice dessas, ou talvez o PiG em algum de seus piores delírios de subordinação austral ao Norte.

  • Nos E.U.A. muita gente trabalha de bermuda, mas aqui no Brasil não temos esse direito.


Esse é um daqueles delírios dos quais falei anteriormente: a pessoa precisa se considerar muito inferior e sub-humana para dizer uma besteira assim. Puro complexo de vira-lata.

Precisamos nos livrar desse estigma terceiromundista, de povo inferior, e nos reconhecermos como um povo orgulhoso e nacionalista.

  • Quando se permite que as pessoas trabalhem de bermuda, elas logo exageram.


Ah isso sim é verdade! Certa vez trabalhei em um lugar onde levamos uma chamada porque um caboclo apareceu no trabalho de chinelo, camiseta regata e samba-canção.

Porém usar o comportamento perturbado de uns para proibir as vestimentas naturais da maioria é covardia, totalmente descabido.

  • Bermuda não faz parte de nossa cultura.


Pois é, não? Aqui no litoral, Rio 40°, nossa cultura é terno, sobretudo, roupas de lã e esquiar nos finais de semana… ou isso seria na Europa?

Há alguns vira-latas que querem imitar os europeus superiores, para ver se se sentem um pouquinho mais humanos – e ainda obrigam os outros a fazerem o mesmo!

Sinceramente creio que quem pensa assim precisa urgentemente de um longo tratamento psiquiátrico para tentar equilibrar essa neurose terceiromundista.

Vou parar por aqui e deixar o questionamento: faz algum sentido essa forma europeia de vestimenta aqui no Brasil?

[]’s
Cacilhas, La Batalema

2010-01-06

A nova religião

lâmpada A Teoria do Big Bang é a mais aceita atualmente para explicar a formação do Universo – porém é somente uma teoria (acho que vou apanhar na rua por dizer isso).

Porém a Teoria do Big Bang possui falhas e há outras teorias cosmogónicas (tão ou mais falhas quanto).

Uma teoria interessante é a Teoria do estado quase estacionário, do astrónomo Fred Hoyle. Não entrarei em detalhes, pois é uma teoria complexa e cheia de falhas, mas por alto ela diz que o Universo é infinito, eterno e virtualmente imutável. Para manter a densidade com a expansão, a teoria prevê a criação contínua de matéria e a conservação de energia.

Os defensores do Big Bang usam o Paradoxo de Olbers para desacreditar a Teoria do EQE. Já explico…

Floresta negra

Imagine-se em uma floresta com aparentemente infinitas árvores. Olhando para as proximidades, você pode ver o espaço entre as árvores; olhando um pouco mais ao longe, mesmo estando as árvores à mesma distância umas das outras, parece que estão mais próximas. A uma certa distância não é mais possível ver a diante, você só verá árvores, como se elas ocupassem cada espaço.

Da mesma forma, se o Universo for infinito, eterno e cheio de estrelas, não poderíamos ver o céu negro à noite, só uma quantidade infinita de estrelas ocupando cada espaço disponível. Como explicar então o céu escuro à noite?

Segundo os defensores da Teoria do Big Bang, isso acontece porque o Universo teve um início – o Big Bang – e a luz das estrelas nos espaços escuros ainda não teve tempo de chegar até aqui desde então. Assim o Universo não poderia ser eterno e imutável.

Tudo bem, por ora vamos considerar que essa justificativa seja ao menos plausível…

Mudando de assunto – já volto ao assunto anterior –, para provar que o Big Bang realmente aconteceu, os teóricos citam a radiação cósmica de fundo.

De qualquer direção no espaço para onde se aponte uma antena de rádio, é possível captar um ruído de fundo, ondas de rádio que vibram em praticamente todas as frequências.

Segundo os cientistas essas ondas de rádio são a energia do Big Bang, que, após bilhares de anos, teve suas ondas esticadas até saírem da zona visível, tornando-se ondas de rádio.

Assim a radiação cósmica de fundo provaria a ocorrência do Big Bang.

Ora…

Voltando ao assunto anterior: então a luz, quando viaja por muitos bilhões de anos, tem sua onda esticada até se tornar ondas de rádio?! E há essas ondas de rádio vindas de todos os lados no espaço?!

Então encontramos a luminosidade que faltava para responder ao Paradoxo de Olbers e provar a Teoria do EQE. =P

Pense bem: ali onde está escuro seria porque a estrela está tão longe que sua luz foi esticada até tornar-se ondas de rádio, a prova disso seria a radiação cósmica de fundo (ondas de rádio) emanadas dali.

(Acho que agora vou ser queimado em praça pública.)

Veja bem, não acredito na Teoria do EQE, prefiro a Teoria do Big Bang, mas tomar uma ou outra por verdade absoluta – como os cientistas fazem atualmente – é fanatismo.

Temos um novo deus (a Ciência), uma nova bíblia (as publicações científicas), novos dogmas (postulados e axiomas científicos) e um novo génese (o Big Bang), toda uma nova religião, incontestável e intolerante.

É essa postura arrogante que precisa ser rompida.

[]’s
Cacilhas, La Batalema

2010-01-03

A conveniência da perversão moral

Marte Assistindo ao programa Habitando Marte no Natgeo, surgiu uma questão interessante.

O processo de terraformação de Marte tem três etapas: Marte azul, Marte verde e ilha.

Na primeira etapa, Marte azul, Marte seria aquecido através de efeito estufa até a temperatura média de -32°C, permitindo a existência de água líquida e dióxido de carbono. Essa estapa duraria aproximadamente 100 anos.

Na segunda etapa, Marte verde, vida vegetal da Terra e cianobactérias seriam introduzidas em Marte para converter a atmosférica sulfur-fluor-carbónica em uma atmosfera mais habitável, com oxigénio e nitrogénio. Essa etapa duraria aproximadamente 100.000 anos.

Na terceira etapa, ilha, os primeiros seres humanos passariam a habitar Marte, criando um ambiente civilizado. Essa etapa duraria por milhares de anos, até que a atmosfera se dissipasse novamente.

No entanto há quem creia que há vida bacteriana inerte em Marte – o que não seria tão estranho assim, a Terra mesmo esteve congelada e inerte por milhares de anos antes que os vulcões a descongelasse e reacordasse a vida. Ao considerar isso o plano de terraformação de Marte deveria ser repensado.

Assim, após a primeira etapa, a vida marciana poderia acordar, como aconteceu com a Terra, o que nos leva a uma questão moral: teríamos direito de prosseguir para a segunda etapa?

Um dos cientistas do programa disse que, mesmo ao desconsiderar a questão moral, se a vida marciana não tiver origem terrestre (e a vida terrestre não tiver origem marciana, claro), estudar como a vida totalmente alienígena surge e se desenvolve forner-nos-ia informações e conhecimento sobre a vida que nem sonhamos hoje.

Já outro cientistas disse que moral é aquilo que faz bem aos serem humanos, então a preservação da vida natural seria imoral (!!!). Essa afirmação intelectualmente ofensiva é o motivo deste artigo!

Como uma pessoa supostamente inteligente pode ter uma moral tão corrompida e perversa? A perversão é o que torna o ser humano ALGO amoral e sem valor.

Só para dar um desfecho, um terceiro cientista citou o exemplo de A Guerra dos Mundos, onde achamos altamente imoral e inaceitável que uma raça alienígena tecnologicamente superior venha a nosso planeta e queira tirá-lo de nós, eliminando-nos da face da Terra, mas quando somos nós a irmos ao planeta dos outros para tomá-lo, estranhamente isso se torna convenientemente moral.

Bem colocado! Dois pesos, duas medidas? Bom senso onde?

Gostaria que as pessoas pensassem um pouco mais no caráter imoral da conveniência e da perversão.

**

Aproveitando o artigo, assisti em outro programa uma história interessante…

Em uma grande cidade norte-americana houve um apagão noturno. Nesse momento muitas pessoas começaram a telefonar assustadas para o observatório da cidade questionando sobre estranhas luzes no céu.

Os astrónomos, sem entender nada, precisaram fazer uma pesquisa de engenharia social para entender do que todas aquelas pessoas estavam falando, até que descobriram: como a cidade vivia iluminidade dia e noite, os habitantes se desacostumaram com as estrelas!

Os estadunidenses mui sabidos não sabiam o que são estrelas.

Cuidado para que a tecnologia não se transforme em uma bitola para você também.

[]'s
Cacilhas, La Batalema

Empirismo

Baal Sei que por mais de uma vez já andei reclamando do Pseudoceticismo, mas acho muito importanto grifar essa tendência comportamental.

Tenho acompanhado muitas pesquisas sérias – outras nem tanto – que sondam as fronteiras entre ciência e misticismo através da Internet, de revistas e de canais de TV interessantes como Discovery Channel e National Geographic Channel, e tenho percebido algumas coisas interessantes…

Na grande maioria das vezes os resultados observados não são os preditos pelos esotéricos – usarei a palavra «esotérico» na falta de outra melhor –, no entanto também não se encaixam nas previsões científicas. A conclusão dos esotéricos é que, como a ciência «falhou», eles estão certos. Já os cientistas concluem que, como os resultados não são os esperados pelos esotéricos, então a ciência está automaticamente certa.

Um exemplo claro foi em um episódio de Mythbusters onde estava sendo avaliado o «mito» de que, ao andar descalço sobre brasa quente, a mente treinada pode evitar queimaduras.

O mito não fala nada sobre como isso acontece, apenas que acontece.

Três caçadores de mitos, Grant, Tory e Kari aprenderam técnicas orientais para caminhar sobre brasas e o fizeram sem sofrerem queimaduras; já Adam, que tentou a travessia sem preparo mental, sofreu queimaduras nas solas dos pés.

Mesmo com esse resultado contundente, o veredicto final foi contraditoriamente mito detonado. Pois é, eles não poderiam trazer problemas para a empresa, compromissada com o status quo científico…

Essas conclusões obtusas só deixam claro uma coisa: os cientistas comentem o mesmo erro de religiosos/esotéricos – arrogância, prepotência.

O conhecimento milenar é simbólico demais, incapaz de revelar os mecanismos naturais, porém esotéricos são arrogantes demais para admitir isso.

A ciência moderna é teórica demais, incapaz de lidar com resultados inesperados, porém cientistas são arrogantes demais para admitir isso.

Assim creio no Caminho do Meio, no Ceticismo Verdadeiro, porém a palavra «ceticismo» está contaminada demais pelo Pseudoceticismo, então gostaria de usar outra palavra, com um sentido diferente, mas que também se adequa ao que quero dizer: Empirismo.

Sei que para a ciência académica o Empirismo é herético, subversivo, mas já disse que gosto de ser subversivo.

A observação cuidadosa e a aceitação dos resultados, mesmo caso potencialmente possam desmantelar tudo o que se sabe sobre ciência, são o único caminho para o entendimento dos fenómenos naturais.

Em tempo gostaria de fazer um post scriptum: a National Geographic Society costuma ter uma postura radicalmente oposta ao posicionamento da Discovery Network e de revistas como Superdesinteressante, ou seja, quando algum experimento oferece provas refutando pretensas verdades científicas, mesmo que não coadunem com conhecimentos esotéricos, o Natgeo sugere que o conhecimento científico sobre o assunto deve ser revisto, tornando assim o Natgeo Channel meu canal de TV favorito (apesar de ainda gostar dos canais da Discovery Network).

Um exemplo de programa do Discovery Channel que foge ao padrão – fazendo-me continuar assistindo a seus programas – foi Os Super-Humanos, que, ao falar do pintor turco Eşref Armağan (cego), sugeriu que o que sabemos sobre visão deve ser repensado.

[]'s
Cacilhas, La Batalema